video: domingo musical no @OcupaSalvador

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O último domingo, 6/11, foi musical no acampamento do @OcupaSalvador. Contamos com a presença animada e vibrante da banda Soulstripper, que fez sucesso a partir da internet. A ideia é que a Praça dos indignados seja palco de Teatro Livre aos sábados e de música aos domingos. Bands e músicos de Salvador e da Bahia, querem fazer um som na praça?

HOJE, 07: aula pública com Vladimir Safatle e Christian Dunker no @ocupaSalvador

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Hoje (07/11), às 19:30 horas no @OcupaSalvador – Praça dos Indignados, teremos a presença dos professores da USP Vladimir Safatle e Christian Dunker, para a aula pública e diálogo aberto a partir do tema Ocupar para reconstruir.

Vladimir Safatle tem acompanhado, refletido e comentado os movimentos Ocupa no Brasil. Falou sobre Primaveras, Políticas e Estados no ocupaSampa (vídeo no Youtube – parte 1), onde Christian Dunker, que é Professor Livre-Docente do Departamento de Psicologia, também falará em aula aberta na próxima semana.

Para nos aproximarmos um pouco do pensamento de Vladimir Safatle sobre os atuais movimentos globais contra o capitalismo, segue o breve e certeiro texto que o filósofo e professor, especialista em epistemologia (teoria do conhecimento), escreveu em sua coluna semanal no jornal Folha de São Paulo, publicado em 25/10/2011:

Eles sabem o que Fazem

Um dos mantras preferidos daqueles que chegam aos 40 anos é: os jovens de hoje não têm grandes ideais, eles não sabem o que fazem.

Há algo cômico em comentários dessa natureza, pois os que tinham 18 anos no início dos anos 90 sabem muito bem como nossas maiores preocupações eram: encontrar uma boa rave em Maresias (SP), aprender a comer sushi e empregar-se em uma agência de publicidade. Ou seja, esses que falam dos jovens atuais foram, na maioria das vezes, jovens que não tiveram muito o que colocar na balança.

Por isso, devemos olhar com admiração o que jovens de todo o mundo fizeram em 2011.

Em Túnis, Cairo, Tel Aviv, Santiago, Madri, Roma, Atenas, Londres e, agora, Nova York, eles foram às ruas levantar pautas extremamente precisas e conscientes: o esgotamento da democracia parlamentar e a necessidade de criar uma democracia real, a deterioração dos serviços públicos e a exigência de um Estado com forte poder de luta contra a fratura social, a submissão do sistema financeiro a um profundo controle capaz de nos tirar desse nosso “capitalismo de espoliação”.

Mas, mesmo assim, boa parte da imprensa mundial gosta de transformá-los em caricaturas, em sonhadores vazios sem a dimensão concreta dos problemas. Como se esses arautos da ordem tivessem alguma ideia realmente sensata de como sair da crise atual.

Na verdade, eles nem sequer têm ideia de quais são os verdadeiros problemas, já que preferem, por exemplo, nos levar a crer que a crise grega não seria o resultado da desregulamentação do sistema financeiro e de seus ataques especulativos, mas da corrupção e da “gastança” pública.

Nesse sentido, nada mais inteligente do que uma das pautas-chave do movimento “Ocupe Wall Street”. Ao serem questionado sobre o que querem, muito jovens respondem: “Queremos discutir”.

Pois trata-se de dizer que, após décadas da repetição compulsiva de esquemas liberais de análise socioeconômica, não sabemos mais pensar e usar a radicalidade do pensamento para questionar pressupostos, reconstruir problemas, recolocar hipóteses na mesa. O que esses jovens entenderam é: para encontrar uma verdadeira saída, devemos primeiro destruir as pseudocertezas que limitam a produtividade do pensamento. Quem não pensa contra si nunca ultrapassará os problemas nos quais se enredou.

Isso é o que alguns realmente temem: que os jovens aprendam a força da crítica. Quando perguntam “Afinal, o que vocês querem?”, é só para dizer, após ouvir a resposta: “Mas vocês estão loucos”.

Porém toda grande ideia apareceu, aos que temem o futuro, como loucura. Por isso, deixemos os jovens pensarem. Eles sabem o que fazem.

Por Vladimir Safatle

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Acesse a página do evento de hoje no facebook: https://www.facebook.com/event.php?eid=135718536533379

Movimento @OcupaSalvador – intervenção no Comércio

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Integrantes do movimento @OcupaSalvador realizam intervenção no Comércio, tradicional núcleo corporativo da cidade. Vídeo livre. Em 4 de novembro de 2011.

ocupa carnaval: popular ou empresarial?

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Video antibanks1

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antibanks1 from OcupaSalvador on Vimeo.

antibanks1

OCUPA BRASIL POR PEDRO PONDÉ

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Vamos escutar essa canção e espalhar…todos juntos, um só! Todos em uma única luta contra tudo o que está acontecendo de errado no país!

Força à todas ocupações que estão rolando no país.

Clique aqiu para ouvir:
OCUPA BRASIL POR PEDRO PONDÉ

Pedro Pondé: “Fiz uma música numa tentativa de motivar mais gente.

O nome é Ocupa Brasil

Acredito que a música pode ser um veículo interessante para a propagação de idéias.
Abraço.”

http://www.melodybox.com.br/LoggedIn/MusicPlayer/Default.aspx?s=12109

OCUPA BRASIL

Não tem mais pra onde correr..
Nem tempo de esperar..
Agora cês vão ver..
Quem é que vai mandar..
Tá todo mundo aqui JUNTO
VAMO OCUPAR !!!

Porque essa porra é nossa !!!

A corrupção come no centro, a margem se enraivece
Quem tá vivo não vê mais TV tá tudo na net.
Todos os dentes desse sistema cão.
Que sempre morde o mais humilde e sempre lambe o ladrão.

Agora os bons tão se juntando e amplificando as ações
Independente dos partidos, bandeiras, religiões.

JUNTOS, UM SÓ, É
JUNTOS, UM SÓ, É

As praças..
O Centro..
O Campo..
A Rua !!!

Vamo ocupar !!!
Campinas
Vamo ocupar !!!
Rio de Janeiro
Vamo ocupar !!!
São Paulo.
Vamo ocupar !!!
Salvador.

Basta de corrupção.
Basta de impunidade.
Basta de Manipulação pelos grandes meios de comunicação.
Basta de entretenimento como educação.
Basta de descaso.
BASTA !!!

Porque essa porra é nossa.

Ocupar a política, ocupar o futuro – perspectiva de um acampado do @OcupaSalvador

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Escrevo a partir da perspectiva de um participante do movimento Ocupa Salvador que, junto a um grupo relativamente pequeno mas intenso, renomeou a praça nova de Ondina para “Praça dos indignados”, resgatando uma das funções legítimas das praças públicas como locais de interação e convívio aberto, função que tem sido solapada sistematicamente por modelos hegemônicos globais de organização social, política e econômica que refletem e determinam os contextos locais de nossas ruas e cidades e de nossas vidas.

O movimento @ocupaSalvador é livre, apartidário, político, social e cultural!

Mas o que estamos fazendo para contestar tais modelos? Que métodos de ação política os movimentos “Ocupa” estão buscando para realizar, ainda que através de processos lentos e graduais, as transformações radicais que norteiam nossos anseios?

Se os movimentos “Ocupa” são acusados de não terem um “projeto político” claro e, precipitadamente, acusados de não alcançarem graus efetivos de interferência e determinação política, pelo menos numa coisa tais movimentos alcançam um grau de maturidade raro nas esferas políticas convencionais: eles começam a se articular globalmente através das redes, porque sabem que a solução política será internacional ou não será nada, que a solução econômica deve mirar antes de tudo os meios de produção internacionais, e que as macrodecisões sobre investimentos sociais públicos devem ser tomadas com a participação das pessoas comuns. Qualquer conversa diferente desse contexto é mero discurso viciado e interessado.

Tais perspectivas são utópicas na opinião de alguns, mas para todos os que se negam a participar de um estilo de vida degradante espiritual, ambiental e economicamente, as acampadas são processos mais claros de vivência e também conceitualmente mais simples. Para os deslocados das perspectivas de esperança de mudanças reais dos paradigmas, as acampadas, enquanto processos de comunidades urbanas livres, parecem complexas ou mesmo simplórias demais, esvaziadas de sentido. Contudo, a transformação está em curso – mesmo aqueles que vivem um imaginário publicitaria e autoritariamente fabricado já o notam! O que resultará das acampadas no mundo inteiro? Não sabemos, óbvio. E que bom! Mas estamos realizando a mudança, como sempre se fez ao longo da História.

Mas cabe respondermos uma vez mais aos acusadores de utopia: o caso é muito simples – ou é a utopia ou a morte e as guerras tal como as preparam os métodos de pensamento político caducos.

Enquanto a conhecer os métodos e os eixos diretivos, isto é, os caminhos concretos que possam nos aproximar de semelhante concepção transformadora dos modelos sociais, políticos e econômicos, não nos parece o mais fundamental agora: mais importante é admitir com base na análise simples e honesta que não podemos esperar muito dos governos atuais – mesmo considerando os diferentes momentos de cada país – porque tais governos vivem e atuam segundo princípios homicidas. Devemos considerar porém as lutas anteriores e os movimentos históricos de resistência: se os governos não nos representam, governemos NÓS o estado e o façamos instrumento dos anseios populares e do sentido comum do conjunto da sociedade – sentido que foi sequestrado desde as esferas municipais até os organismos políticos mundiais.

O mundo, portanto, pode escolher hoje entre o pensamento político anacrônico e o pensamento utópico. O pensamento político anacrônico está a ponto de destruir o mundo de várias maneiras, todos sabemos, ignorando aqui os sintomas sociais que nos causam desgraças cotidianas, sobretudo nas periferias. Por desconfiados que sejamos (e eu o sou bastante), o nosso realismo político nos força, pois, a considerarmos vivamente esta utopia relativa. Quando esta utopia tomar corpo como tantas outras na História, as pessoas já não imaginarão outra realidade, pois como bem disse o escritor Albert Camus, a História nada mais é do que “o desesperado esforço humano por dar corpo aos mais clarividentes de seus sonhos.”

Do mundo sabemos hoje que já não restam ilhas e que as fronteiras são inúteis. Todos nós sabemos que o novo modelo que buscamos não pode ser somente local, nacional, nem sequer continental, nem oriental ou ocidental: deve ser um modelo de organização social, política e econômica universal. Nenhum problema econômico por mais secundário que pareça, pode solucionar-se – nos tempos atuais – sem uma articulação solidária entre as nações. Hoje em dia a tragédia é coletiva – e as soluções só podem ser coletivas.

Já não é possível esperar (ou reivindicar) somente soluções parciais ou concessões do Poder. O compromisso é com o que vivemos hoje ao passo que os líderes políticos e seus algozes cooptadores corporativos que promovem a guerra, a dominação e a degradação discutem a paz e a economia mundial em seus monótonos diálogos no G-20, reunião patrocinada por grandes bancos e corporações, não é preciso dizer mais.

Questão: quais são hoje os meios para alcançar certa unidade global, para realizar essa revolução em escala internacional que poderia redistribuir melhor os recursos humanos, as matérias primas, os mercados comerciais e as riquezas espirituais?

É evidente para todos que o pensamento político tradiconal, partidário e representativo se encontra cada vez mais superado pelos acontecimentos – e o pensamento anacrônico não é exclusividade brasileira. É muito evidente também os resultados desastrosos da relação entre o pensamento político vigente e a realidade histórica. O mundo, entretanto, tem mudado muito mais rapidamente nos últimos cinquenta anos do que anteriormente o havia feito em duzentos. – Nossas análises da realidade histórica devem levar isso em conta.

O mais importante mesmo é ir às ruas, seja para acampar e discutir ideias e realizar ações diretas e atos de protesto, seja para experienciar novos modos de vivência e interação coletiva. Não visamos os resultados imediatos, mas os processos de construção mútua. As coisas acontecem mesmo é nas ruas – Occupy All Streets!

Em Salvador ainda somos poucos em número, mas em vontade e intensidade somos alguma coisa! No acampamento discutimos como envolver os bairros, como ampliar as ações do movimento, como integrar o @ocupaSalvador com movimentos transformadores que já atuam no cenário social. Enfim, as ideias surgem uma a uma, a prática nascerá do conjunto e da força coletiva.

por fabricio kc

Vinte dias de ocupação

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relato: “ontem fui passar a primeira noite no acampamento”

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acho que podem contribuir para que, a partir desse estopim que estão sendo as ocupações mundiais, a sociedade civil se organize, volte a se constiuir enquanto comunidade, e vá aumentando seus espaços de crescimento, convivência e ação.

Por Juliana Fajardini, em 01/11/2011

Ontem fui passar minha primeira noite no acampamento do Ocupa daqui de Salvador.

Cheguei lá por volta das nove e meia da noite e fui recebida com alegria, pois normalmente fica pouca gente para dormir. Pouco depois, começou uma conversa entre os que já estavam acampados e outros que foram se achegando, envolvendo a questão da negação completa aos partidos e a outras formas de organização ou a não inclusão das iniciativas de micropolítica no movimento.
Como havia muitas pessoas com históricos diferentes, este início rapidamente virou uma roda empolgada, conversando sobre história da política do Brasil, entendimentos sobre Anarquia, anseios em relação ao movimento e propostas de caminhos práticos a serem seguidos, além de avaliações e sugestões do que poderia ser feito caso e quando deixarmos de estar acampando, mas para continuar nos mobilizando.

Essa conversa toda foi muito bacana e plural, e tive algumas ideias de coisas interessantes que podem ser feitas, e que acho que podem contribuir para que, a partir desse estopim que estão sendo as ocupações mundiais, a sociedade civil se organize, volte a se constiuir enquanto comunidade, e vá aumentando seus espaços de crescimento, convivência e ação.

Depois chegou um cara que não tinha noção alguma do que estava acontecendo no mundo, mas que já não aguenta ver as crianças sofrendo e morando na rua, e foi mais um tempão de conversa e compartilhamento de visões de mundo diferentes.

Essas conversas (que foram até quase quatro da manhã), mais a experiência de ficar por lá, falar com quem chegava querendo saber algo, acompanhar mais a dinâmica do acampamento e da praça em si foram uma escola intensiva, pra mim.

Inicialmente fiquei com receio de dormir na barraca, mas eles estão se revezando, fica sempre pelo menos uma pessoa acordada, e a barraca fica aberta, então não tem risco de acontecerem coisas estranhas porque “você está dividindo o espaço com estranhos”.

Hoje pela manhã tive a oportunidade de conhecer o famoso congolês que também está lá no acampamento. Outra experiência única.

Precisamos de mais espaços para estar em contato com as pessoas, e simplesmente ouvi-las. Isso já é um nível de cuidado e de existência social que praticamente perdemos hoje em dia. Partilhar tarefas simples, abrir-se para falar com um desconhecido ou comer junto o que se tem porque se está com fome foram coisas simples que aconteceram por lá e que me relembraram da importância de conviver com as pessoas para lembrar que elas são isso: pessoas, como eu.

A sensação de que aquele estava sendo um espaço de realização de sincronicidades foi forte, naquela noite. Senti que estávamos de algum modo tendo uma experiência única, e estou tentando de algum modo passar isso com essa mensagem. Eu não sei para onde iremos, nem quais serão os desdobramentos concretos mais imediatos do que estamos fazendo lá, e no mundo. Mas vejo que, simplesmente por nos abrirmos para essa potencialidade, e por resistirmos em conjunto para o que der e vier, já vai nos mudar de modos que nem conseguimos entender hoje.

Recomendo. Aqui, no Rio Grande do Sul, onde for possível.

tudo que nos envolve

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video “tudo que nos envolve” http://www.facebook.com/v/196320533776645

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